O jamaicano Usain Bolt desembarcou nesta quarta-feira em Melbourne, na Austrália, onde chegou para a disputa de um meeting no qual irá liderar uma equipe denominada “All Stars”, que contará com a presença dos seus compatriotas Asafa Powell e Michael Frater, além de Jenna Prandini, Ryan Wilson e Kerron Clement, três competidores norte-americanos, neste final de semana.
E já em seu desembarque no Aeroporto de Melbourne, o homem mais rápido do mundo não escapou de comentar o fato de que competirá logo após perder o ouro olímpico que conquistou nos Jogos de Pequim, em 2008, na prova dos 4×100 metros. Ele teve a sua medalha cassada por causa do caso de doping envolvendo Nesta Carter, que na final daquela prova abriu o revezamento para a equipe jamaicana, vencedora com o tempo de 37s10, então o recorde mundial.
O velocista testou positivo para a substância metilhexanamina, um estimulante proibido, na reanálise do seu exame antidoping, em mais um dos muitos casos que apareceram depois que o Comitê Olímpico Internacional (COI) começou a reanalisar centenas de amostras dos Jogos de Pequim-2008 e Londres-2012, na esteira de uma série de escândalos de doping, envolvendo principalmente a Rússia.
Ao falar sobre o assunto nesta quarta, Bolt reconheceu: “Inicialmente, eu fiquei decepcionado, é claro”. Em seguida, porém, o astro evitou ficar lamentando o caso. “Mas na vida, coisas acontecem. Não estou triste, estou apenas esperando para ver o que vai acontecer”, completou, admitindo também que desistiu desta medalha de ouro, que foi uma das nove que ganhou ao total nos Jogos de Pequim, Londres e Rio-2016.
Também presente em Melbourne desde esta quarta-feira e outro integrante da equipe jamaicana naquela final dos 4×100 metros em Pequim, Asafa Powell reconheceu que a perda da medalha por motivo de doping de um companheiro de equipe foi “muito lamentável”, mas evitou ficar julgando Nesta Carter, até pelo fato de que já cumpriu seis meses de suspensão, em 2013, por também ter sido reprovado em um teste antidoping.
Powell também se recusou a falar se acha que Carter deveria receber uma punição, ressaltando que junto com seus compatriotas conquistou vários feitos no atletismo e que “precisa ser positivo sobre tudo agora”. “Não estou em uma posição para dizer que deveria ou não deveria ser feito”, afirmou.
No meeting na Austrália, chamado de Nitro Athletics, Bolt irá competir com sua equipe contra outros quatro times de atletas que representarão Inglaterra, China, Nova Zelândia e Japão, respectivamente.
Além de Bolt, Powell e Carter, a equipe dos 4×100 metros da Jamaica contou também com Michael Frater na final na qual conquistou o ouro olímpico na pista em Pequim-2008. Por causa do doping envolvendo Carter deflagrado apenas agora, o Brasil herdou a medalha de bronze daquela prova após terminar em quarto lugar com a equipe formada por Vicente Lenílson, Sandro Viana, Bruno Lins e José Carlos Moreira, o Codó.
Fonte: atarde.com