Com dez feriadões prolongados, o ano de 2017 terá 22 dias de folga. Para o turista que deseja viajar pelo Brasil ou para o exterior, a preocupação com destino e hospedagem não pode ignorar o planejamento das finanças. Edmar Bull, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav), defende que, mais do que em anos anteriores, o turista não poderá deixar para comprar a passagem na última hora.
Bull alerta que, ao contrário do que ocorreu em 2016, quando muitas companhias deram descontos relâmpago, 2017 será um ano com oferta menor de passagens aéreas por causa da diminuição da malha das companhias. De janeiro a novembro do ano passado, houve queda de 5,9% na oferta de voos domésticos, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).
Para o presidente da Abav, o turista deverá escolher trajetos mais curtos, preferencialmente nacionais. A despesa do brasileiro com viagens internacionais foi de R$ 13,1 bilhões nos 11 meses de 2016, queda de 18,6% ante 2015.
A planejadora financeira Lavínia Martins, da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros, explica que quem está querendo viajar se encaixa em duas situações: ou já tem dinheiro ou vai se endividar. O alerta da planejadora, como em qualquer outro gasto de maior valor, é evitar parcelas excessivas no cartão de crédito.
Câmbio
Para o turista que ainda pretende ir ao exterior, também há medidas a se tomar. Em 2016, por exemplo, quem viajou para o exterior no carnaval sem se planejar e comprou dólar de última hora pagou R$ 4,258, a maior cotação do ano, segundo a casa de câmbio Confidence, que já considera o gasto com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 1,1%, que incide sobre a compra de moeda em espécie.
Olhando pelo retrovisor, o comprador vai perceber que o mês de outubro foi o melhor momento de 2016 para comprar dólar. O desafio para o turista é prever, no momento em que está tomando a decisão de compra, se o câmbio está no nível mais favorável. Juvenal Santos, superintendente de varejo da Confidence, explica que o mais indicado é comprar a moeda aos poucos para obter um valor médio. Santos explica que o comportamento natural das pessoas, em tempos de economia mais instável é adiar as decisões, o que é desaconselhado.
Em 2015, a valorização da moeda americana em relação ao real chegou a um pico de 71,57%. No último ano, contudo, a moeda já registrou queda de 22,45%. O superintendente da Confidence, contudo, relativiza esse vaivém e lembra que o turista comum não é especulador e, portanto, não precisa acompanhar diariamente a cotação do dólar.
A cotação do câmbio usualmente divulgada é a do dólar comercial, utilizado em transações entre países, por exemplo. Já o dólar turismo, usado nas viagens internacionais, é mais caro porque tem incidência de imposto e margem de lucro da casa de câmbio. Neste ano, Santos explica que muitos fatores podem causar oscilações no câmbio, como a provável alta da taxa de juros nos EUA. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: atarde.uol.com.br