O comandante-geral da Polícia Militar do Espírito Santo, coronel Nylton Rodrigues, anunciou que todo o efetivo está nas ruas do estado neste sábado (25). Nesta manhã, após 21 dias de protesto, mulheres de PMs e governo chegaram a um consenso e batalhões foram desocupados.
A afirmação foi feita pelo comandante em coletiva de imprensa realizada no Quartel do Comando Geral (QCG).”Hoje de manhã nós constatamos 100% do efetivo da Polícia Militar respondendo às suas escalas rotineiras de serviço”. Assista à coletiva na íntegra.
Durante a entrevista, houve um pedido de desculpas à sociedade em nome da PM. “Agora, nós estamos de volta, e a população pode voltar a contar conosco porque nós cumpriremos a nossa misão”, disse.
O comandante disse que não haverá perseguição na apuração dos crimes ocorridos durante as manifestações. Os policiais militares que apresentam boa conduta e que estão respondendo a Processos Administrativos Disciplinares (PADs) podem ter suas penas abrandadas.
“Essa negociação sempre esteve acontecendo e se chegou a um denominador que estabeleceu de vez o fim deste movimento. São decisões que fazem bem à instituição, ao policial e à sociedade. Nossa preocupação era o retorno da Polícia Militar às ruas, o que já está acontecendo”, afirmou o coronel.
Consenso
Após a reunião entre mulheres de policiais militares e o governo do Espírito Santo mediada pelo Ministério Público do Trabalho do estado, o movimento desocupa a entrada dos batalhões do estado na manhã deste sábado (25). As duas partes chegaram a um consenso e uma negociação de benefícios mediada pelo MPT-ES será realizada no dia 2 de março.
A pedido do movimento, o governo do estado assumiu o compromisso de não abrir novos Processos Administrativos Disciplinares (PADs) contra os policiais.
Para beneficiar o andamento da negociação, o MPT-ES e a Defensoria Pública da União recomendaram a suspensão, durante 15 dias prorrogáveis, dos PADs já instaurados, o que foi aceito pelo governo e pelas mulheres.
Outro pedido feito pelas mulheres que foi aceito pelo governo foi a desistência das ações judiciais contra familiares e associações.
O governo também concordou que promover o retorno de policiais transferidos aos postos originais em até 45 dias a partir da data da transferência. Em relação à organização das unidades da Polícia Militar, o governo se comprometeu a não transferir PMs da Grande Vitória para o interior.
Crise na segurança
O Espírito Santo teve o policiamento muito prejudicado durante sete dias, quando aconteceram diversos crimes. O governo chegou a declarar que não negociaria mais com os manifestantes até que todos os batalhões fossem desocupados.
Até a noite desta sexta-feira, foram registrados 199 homicídios no estado, segundo o Sindicato dos Policiais Civis. A Secretaria de Segurança Pública informou que, até as 22h30, o efetivo de policiais estava completo em 61 municípios e parcial em 17.
Fonte: g1.globo.com