A Câmara dos Deputados elegeu nesta quinta-feira (2) o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) como o presidente da Casa. O deputado foi eleito em primeiro turno com 293 votos contra 105 do segundo colocado Jovair Arantes (PTB-GO). Houve ainda 5 votos em branco entre os 504 parlamentares presentes.
O candidato do DEM, que deve ocupar a função até fevereiro de 2019, assumiu a presidência da Casa para um mandato “tampão” em julho de 2016, após a cassação do então presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na ocasião, o parlamentar derrotou em segundo turno o favorito do governo e líder do PSD Rogério Rosso por 285 votos a 170.
Maia é natural do Chile, tem 46 anos e é filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM-RJ). Em 1989, ingressou no curso de economia na Universidade Cândido Mendes (Ucam), mas não concluiu o curso.
Em 1996, aos 26 anos, conquistou seu primeiro cargo público e se tornou o mais jovem Secretário de Governo da Prefeitura do Rio de Janeiro. Antes, foi funcionário dos bancos BMG e Icatu.
Seu início na política veio em 1998 ao ser eleito deputado federal pelo PFL com mais de 96 mil votos. Nessa época, foi um dos principais articuladores da refundação do partido, processo que resultou na criação do DEM. Assumiu como primeiro presidente nacional do partido em 2007—e permaneceu no cargo até 2011.
Na Câmara, foi reeleito por três vezes consecutivas em 2002, 2006 e 2010. Em 2012, o deputado tentou a sorte na disputa pela Prefeitura do Rio. O resultado foi um vexame: teve pouco mais de 95 mil votos—menos de 3% dos votos válidos. Voltou à Câmara em 2014 para seu quinto mandato em sequência.
Maia declarou ter R$ 736 mil em bens.Destacam-se dois imóveis como os mais valiosos: um apartamento em São Conrado (RJ) no valor de R$ 304 mil e outro em São Paulo (SP), de R$ 230 mil.Sua campanha custou mais de R$ 2,3 milhões e foi financiada, em parte, por doações do próprio pai (R$ 284 mil). Entram como doadoras também empresas como a JBS (R$ 100 mil) e banco BMG (R$ 550 mil), o mesmo acusado pelo Ministério Público de ter cometido gestão fraudulenta ao abastecer o mensalão.
Apesar de não ter pendências na Justiça, o deputado apareceu em investigação da Operação Lava Jato: ele aparece em mensagens de celular trocadas com Léo Pinheiro, sócio da empreiteira OAS e amigo do ex-presidente Lula. A suspeita é que a empreiteira tenha pago caixa 2 à campanha de 2014 do deputado.
Já sobre os Projetos de Lei (PL) criados pelo congressista, se sobressai o PL 5564/2013 que obriga a instalação de ar condicionado no metrô e nos ônibus. Segundo o texto, “estudos de medicina do trabalho comprovam que 45% de motoristas e cobradores sofrem com a vibração do motor dianteiro e o calor nos ônibus coletivos”.
Outro de destaque é o PL 7405/2014 que pede a redução da idade para o direito à gratuidade dos idosos nos ônibus de 65 para 60 anos.Além das funções como deputado federal do Democratas, Maia atua como presidente da comissão especial da Câmara que discute a reforma política no Brasil.
Fonte: exame.abril.com.br