Durante a segunda perícia realizada no carro alegórico da Paraíso do Tuiuti, que feriu 20 pessoas na Marquês de Sapucaí, foi constatado que uma das rodas estava danificada. O laudo pericial, que não tem data para ser concluído, irá apontar se o dano na roda pode ter sido uma das causas que levaram o veículo a ficar desgovernado.
O carro alegórico passou por uma perícia preliminar tão logo concluiu o desfile. Ele foi avaliado pelos peritos ainda na dispersão do Sambódromo. A nova perícia foi realizada na manhã desta segunda-feira. Os peritos analisaram toda a estrutura, mediram as dimensões do carro e tiraram fotos.
Perito durante trabalho de vistoria em carro alegórico da Paraíso do Tuiuti que deixou 20 feridos na Sapucaí (Foto: Henrique Coelho/G1)
Do lado esquerdo do veículo, três partes ficaram danificadas, possivelmente por serem os pontos que bateram nas grades imprensando as pessoas. O outro dano foi identificado na parte de baixo, em uma das rodas que giram de acordo com a direção na qual o veículo segue. Elas são chamadas de rodas-maluca.
No local do acidente, o meio-fio danificado mostra o ponto de impacto do caro. O local também foi periciado. Após o trabalho dos peritos, uma nova grade foi colocada no buraco aberto para socorrer as pessoas
Na madrugada, o delegado William Lourenço, substituto da 6ª DP, afirmou que a perícia preliminar feita no carro alegórico da Tuiuti envolvido no acidente não apontou problemas mecânicos. Ele destacou que será preciso analisar imagens feitas pela TV ou amadoras do momento do acidente.
Motorista desaparecido
A Polícia Civil espera que o motorista do carro alegórico se apresente na 6ª DP (Cidade Nova). Ele é aguardado para prestar depoimento sobre o acidente que deixou 20 pessoas feridas.
Agentes da 6ª DP disseram ao G1 que o motorista teria fugido da Sapucaí logo após o desfile. Até o fim da manhã ele não havia sido localizado, nem mesmo pela escola de samba, que não chegou a divulgar a identidade dele.
Três vítimas internadas
Dentre os 20 feridos, 12 foram atendidos no próprio Sambódromo. Outras cinco vítimas chegaram a ser levadas para hospitais e receberam alta. Três mulheres, no entanto, precisaram ser submetidas a cirurgia e seguiam internadas.
A SMS não divulgou a identidade das três vítimas que permaneciam internadas. Conforme o G1 apurou, uma delas é Maria de Lurdes, que seria integrante da escola Paraíso do Tuiuti e sofreu uma fratura exposta na perna traumatismo craniano e traumatismo de face.
Uma parente de Maria de Lurdes, que pediu para não ser identificada, contou que o estado de saúde dela é grave.
Em boletim divulgado pela SMS às 10h40, o órgão confirmou que o estado de saúde dela grave. Maria respirava com a ajuda de aparelhos
As outras duas vítimas que precisaram passar por cirurgia também são mulheres que sofreram fratura nas pernas. Segundo a SMS, o estado de saúde de ambas era estável. Uma estava no setor de recuperação pós-cirúrgica do Souza Aguiar, em observação. A outra passava por novos exames no Miguel Couto.
‘Preocupados com o desfile’
Familiares de uma das três vítimas que precisaram ser operadas reclamaram a falta de suporte por parte da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) e da escola de samba.
“Minha mãe ficou presa na grade e eles preocupados com o desfile acontecer. Pelo amor de Deus, é surreal”, reclamou Rafaela Anastásia, filha de Elizabeth Jofre.
“Desde a noite de ontem, minha mãe não recebeu qualquer tipo de suporte por Parte da Liesa, nem da Paraíso do Tuiuti. Só tivemos assistência mesmo dos funcionários do Souza Aguiar”, afirmou Rafaela.
Segundo ela, a mãe fraturou um fêmur e também a bacia. Elizabeth permanece internada em estado grave no Hospital Souza Aguiar.
Elizabeth trabalhava como repórter de pista da Ativa FM. Ela estava na área próxima à concentração quando foi atingida pelo carro alegórico.
Fonte: g1.globo.com