Policiais militares terão câmeras presas às fardas no Carnaval

Um dispositivo eletrônico com uma câmera presa ao fardamento dos policiais é uma das novidades tecnológicas que será usada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) para garantir a segurança dos foliões no Carnaval de Salvador este ano. O equipamento, chamado ‘body worn’, vai oferecer uma maior fiscalização do que acontece dentro da festa.

“Ainda estamos em fase de teste. Começamos a usar na Lavagem do Bonfim e outras festas. No Carnaval, vamos utilizar em algumas patrulhas que atuarão em determinadas áreas de risco. As imagens serão lançadas em tempo real para os nossos centros de operações. Isso faz com que a polícia tenha uma reação mais imediata”, declarou o secretário da pasta, Maurício Barbosa, na manhã desta terça-feira (6), durante apresentação das ações da SSP para o Carnaval, no Hotel Fiesta, no Itaigara.

A nova tecnologia oferece o acompanhamento não só das imagens, mas também dos áudios dos locais, além de alertar o sistema em casos de policiais atingidos.As body worns serão aplicadas de forma experimental no Carnaval 2018, munindo de informações das ruas as equipes de plantão do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) e ajudando no acionamento das equipes em situações críticas.

Além das bodys worns, outras 236 câmeras espalhadas pelos circuitos da festa transmitirão imagens em tempo real para o Centro de Operações e Inteligência Dois de Julho. Também fazem parte da estrutura de segurança da festa 64 postos policiais só em Salvador e três Centros Integrados de Comando e Controle Móveis.

O equipamento será usado pelas forças de segurança após a folia. A polícia da Inglaterra foi a primeira a usar câmeras acopladas nos uniformes dos policiais. Isso aconteceu depois do caso de Jean Charles – brasileiro morto a tiros ao ser confundido com um terrorista pela polícia britânica em 2005.

Questionado quanto à possibilidade de as câmeras servirem também como instrumento de monitoramento da atividade policial, o secretário respondeu que o equipamento permitirá, sim, a identificação de excessos. “A gente coloca as câmeras muito mais para a identificação de pessoas suspeitas, da mancha criminal, mas também para saber como está a atuação de nossas forças. A identificação de excessos cometidos pela corporação permite e permitirá o afastamento e abertura de processos disciplinares”.

(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)

Durante as festas que antecederam o Carnaval, como Iemanjá, Fuzuê e Furdunço, por exemplo, leitores do CORREIO reclamaram de ações truculentas de policiais, que bateram em algumas pessoas por urinarem em locais indevidos. “Se está acontecendo, está errado. Mas as pessoas têm que se conscientizar de que não podem mijar em qualquer lugar, mas também não justifica o uso de violência por parte dos policiais. A orientação e a condução são as medidas corretas”, declarou o comandante-geral da Polícia Militar, Anselmo Brandão.

Ao CORREIO, a promotora Isabel Adelaide, do Grupo de Atuação Especial para Controle Externo da Atividade Policial (Gacep), comentou o uso da tecnologia.

“As câmeras são ações positivas que têm como objetivo mostrar a lisura na ação policial. Mostra que o policial, muitas vezes, reage porque de fato é necessário, mas coíbe eventuais abusos”, avaliou a promotora.

Drones 
Outra novidade tecnológica da SSP para este Carnaval é o uso de drones. Serão oito, ao todo. “A gente já dispõe do uso de drones em algumas unidades. Serão usados para a identificação, em áreas suspeitas e de maior risco, de substâncias entorpecentes e atividade específica, que é o uso de drones não autorizados e por pessoas desabilitadas. Esses equipamentos podem também gerar insegurança para a população”, declarou o secretário Maurício Barbosa.

Ele reforçou que os equipamentos serão mantidos após o Carnaval. “Vamos montar uma central, uma unidade destacada de drones, não só para fazer o patrulhamento junto à Polícia Militar, mas também ajudando na investigação da Polícia Civil e do Serviço de Inteligência (SI)”, disse Barbosa.

Operação Carnaval
Os milhares de baianos e turistas que curtirão o Carnaval da Bahia 2018 contarão com a proteção de mais de 25 mil policiais e bombeiros militares nos sete dias de festa. Aproximadamente R$ 45 milhões estão sendo investidos em pessoal, tecnologia e equipamentos.

Em Salvador, além de cuidar da segurança nos circuitos Dodô, Osmar e Batatinha, as polícias Civil, Militar, Técnica e o Corpo de Bombeiros também estarão presentes nos carnavais de bairro, que este ano acontecem em Cajazeiras, Periperi, Itapuã, Liberdade, Boca do Rio, Plataforma, Pau da Lima, Nordeste de Amaralina e Piatã, com o Palco do Rock 2018.

Os Portais de Abordagem, que há dois anos ajudam a restringir o acesso de objetos considerados de risco aos circuitos, foram reestruturados. Este ano, 42 acessos oficiais, com controle rígido do que entra na festa, estarão disponíveis, com revistas pessoais e o auxílio de detectores de metais. Além das câmeras acopladas ao fardamento dos PMs nos portais, os cães farejadores do Batalhão de Choque farão as revistas de mochilas, bolsas, entre outros materiais.

Polícia Militar
A PM atuará em todo o estado, empregando 20.473 profissionais e realizando radiopatrulhamento, patrulhamento a pé, serviço aéreo de urgência, policiamento turístico e montado, gerenciamento de crises e desastres, operações especiais de alto risco, ações de controle de tumulto e distúrbios públicos.

Presente em 185 postos elevados de observação, 42 portais de segurança, 31 postos de comando, oito bases especiais e nos 14 postos integrados, totalizando 289 postos nos três circuitos principais da folia na capital, a PM pretende garantir a segurança dos foliões desde o trajeto até os locais da festa até o retorno para casa.

O policiamento especializado estará presente através dos batalhões de Polícia de Choque (BPChq), de Operações Policiais Especiais (Bope), Especializado em Policiamento Turístico (Beptur), Especializado em Policiamento de Eventos (Bepe), de Polícia Rodoviária (BPRv). O Grupamento Aéreo, os esquadrões Águia e de Polícia Montada, as operações Gêmeos, Apolo e Ronda Maria da Penha, as companhias independentes de Policiamento Especializado e Ambiental (Cipes e Coppa) também integram o esquema de segurança da festa.

Para atender aos turistas, policiais militares habilitados em idiomas estrangeiros como inglês, espanhol, alemão, francês e italiano estarão à disposição, identificados com brasões correspondentes à língua, distribuídos nos circuitos da festa e também nas principais rotas de entrada da cidade: Porto Marítimo e Aeroporto Internacional de Salvador.

Os acessos aos pontos de entradas e saídas também serão monitorados por mais de 500 PMs por meio da Operação Folia e Paz para garantir a ida e volta dos foliões em segurança.

Polícia Civil
Para o Carnaval, a Polícia Civil contará com o efetivo de 2.500 profissionais, entre delegados, escrivães e investigadores. A instituição conta ainda com o apoio de 500 digitadores no período, auxiliando o registro de ocorrências.

Os profissionais estarão distribuídos em 14 postos policiais integrados, sete centrais de flagrantes, quatro postos do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), quatro da Delegacia do Adolescente Infrator (DAI) e em três Delegacias Especiais de Área, além de um posto central.

Haverá reforço também nas delegacias territoriais dos Barris, Liberdade, Periperi, Rio Vermelho, Boca do Rio, Pau da Lima, Itapuã, Cajazeiras, Barra, Nordeste, Plataforma e nas unidades do Aeroporto e Rodoviária. O quadro de policiais também será intensificado nos postos do Hospital Geral do Estado (HGE), Hospital do Subúrbio, no Roberto Santos e Ernesto Simões.

Quem for curtir o Carnaval da Região Metropolitana também contará com um acréscimo de profissionais mas DTs de Madre de Deus, Itaparica, Simões Filho, Lauro de Freitas, Vera Cruz, Vilas do Abrantes, Portão, Salinas da Margarida e Praia do Forte.

As delegacias de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Dercca), do Adolescente Infrator (DAI), da Especial de Atendimento ao Idoso (Deati), de Proteção ao Turista (Deltur), de Proteção à Pessoa (DPP) e de Atendimento a Mulher (Deam/Brotas) oferecerão atendimento aos casos oriundos do circuito.

Profissionais dos departamentos de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) e de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) atuarão infiltrados circulando entre os foliões para capturar possíveis flagrantes de tráfico de entorpecentes e roubos ou furtos. Além disso, a Coordenação de Operações Especiais (COE) estarão em regime de plantão para situações de alto risco.
Já o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Coordenação de Polícia Interestadual (Polinter) intensificarão ações para localização de foragidos que poderão estar inseridos também nas festas carnavalescas.

Perdas e furtos podem ser registradas através da Delegacia Digital, proporcionando maior comodidade ao folião.

Corpo de Bombeiros 
Para realizar ações de prevenção e combate a incêndios, busca e salvamento (em mar e terra), atendimentos pré-hospitalares e vistorias técnicas (realizadas em trios elétricos, camarotes, hotéis, pensões e pousadas e vias de evacuação), o Corpo de Bombeiros Militar empregará mais de 1700 servidores.

Nove Postos de Comando dos Bombeiros Militares (Pcbom), sendo um Posto de Comando do Grupamento Marítimo estarão situados nos circuitos Batatinha (um), Osmar (três) e Dodô (cinco).

Durante a folia serão disponibilizadas 22 viaturas: cinco de combate a incêndio, quatro de busca e salvamento, quatro de resgate aquático, quatro de atendimento pré hospitalar e cinco veículos de vistorias.

Fonte: correio24horas.com.br

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